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autoestima, caminho, mudança, novo, reviravolta, sinceridade, tapa
Muito se passou desde o meu “Goodbye?“. Tanta coisa que nem sei por onde começar, estive out de todas as redes e de repente me vi conectada com o mundo em uma proporção 12 x maior comparada a anterior. Um mar de possibilidade se abriu bem diante do meu nariz, e me tirou o chão. Pela primeira vez na vida me deparei com pessoas que, finalmente, partilhavam dos mesmos pensamentos e objetivos que eu, uma busca que já estava a beira de ser proclamada como impossível. Estavam lá. Pessoas de poder. E falo do poder na sua forma mais bela, o poder que existe porque vem de dentro, não o poder que se utiliza da bengala material para calar opiniões. Uma energia única. Um achado. A preciosidade de ter encontrado um lugar para errar. Errar e receber um abraço de consolo e uma mão para a refação. Porque ninguém precisa estar sozinho neste mundo. E parece um ridículo clichê falar assim, mas é exatamente o que é.
Eu nunca fui muito boa com escolhas e/ou na tomada de decisões. Mesmo sabendo que é muito importante saber tomar decisões e fazer escolhas na vida, quando me vejo nesta encruzilhada, costumo optar por todas elas: me desdobro em vinte se for preciso para fazer tudo o que quero e, se não consigo, tenho o péssimo hábito de deixar que façam a escolha final por mim. Sim, assustador. E uma hora isso tinha que acabar. Coragem.
Nesta reviravolta, o autoconhecimento é tema central. E abril foi o mês dos tapas na cara. O joelho já não funcionava mais, e a visão de um ser todo vestido de branco balançando a cabeça na horizontal para a minha dança não fora nada legal: depressão e incômodo foram sensações que me fizeram remoer questões que eu prendia fortemente com o joelho em uma gaveta sem tranca. Não está certo. Será? O que não está certo? Está tudo em ruina. Está tudo compreendido. Estou cansada de reviver. Chega de tudo! Disse “Goodbye” e sumi! Foi a melhor coisa que poderia ter acontecido. Um soco. Mas um soco necessário. Vazio.
Um vazio imenso tomou conta de mim. Não havia nada em volta. Não havia nada do que eu era. Tinha se esvaído. Mudou tudo sem me avisar. Quem deixou? Essa não sou eu. Presa e apagada. Quieta e conformada. Conflito interno? Mas ninguém pode saber. Sh, ninguém pode ouvir. Ninguém tem isso, porque eu teria? Preciso gritar! Não, não pode. Engole o choro, e sorri. Pretend? Coragem.
Praquê? Porquê? É o que é, não é? Então é isso aí. Estou assim agora, não sei o que sinto, não sei o que tenho. Sabe o que eu tenho? Tenho esse não saber todo especial que está querendo me dizer alguma coisa. E como é lindo viver esse não saber. Ficar nervoso, estressado, fingindo que nada está acontecendo é o caminho mais rápido para o nada. Viver a experiência do X é que o mágico. Eu vivi. E a experiência de viver o X é que é a catalisadora de mudanças. Quando voltei, a minha relação com o mundo virtual, que eu tinha abandonado, mudou. Minha compreensão sobre o trabalho. Minhas vontades, decisões e escolhas mais acertivas: eu não vou sair da dança; eu vou dirigir; eu vou pintar meu cabelo da cor que eu quiser; eu vou me deixar viver a experiência e a oportunidade que tenho para vivenciar isso e pronto; e chega de tentar o intentável, quero da minha o que dela eu quiser fazer para ter o que tiver que ser. A verdade é que não existe uma verdade. Existem várias verdades, não importa a direção que você tome. E essa é a minha!
E tudo isso só pode ser obra resultante de um 2012 maravilhoso pedido sob encomenda, que carrego em meu pulso esquerdo. Coragem.
O processo é lento, mas ele é constante.